5 de julho de 2009

O sonho de Megane


Era uma vez uma heroína chamada Megane. Todos os dias, depois de almoço, tecia o seu manto bicolor, quando, numa tarde chuvosa, deixou cair a cabeça e pôs-se a sonhar.

As cores do manto baralharam-se e o mar e a terra abraçaram-se, reportando-se às datas de 27 de Novembro de 2007 e a de 4 de Junho de 1147.

Os árabes estavam no largo do mercado. Era lá que se costumavam encontrar para poderem fazer as suas trocas comerciais. Vestiam as suas belas roupas de cetim e, na cabeça, usavam turbantes. Era a hora de ponta, gerava-se confusão e burburinho. Todos queriam vender os seus produtos.

De repente, avistou-se, ao longe, uma enorme nuvem de fumo. Quando a nuvem de fumo desapareceu, avistou-se uma multidão de automobilistas preparando-se para chegar a Dakar.

O guardião do mercado, ao observar o estranho acontecimento, não sabia o que devia fazer e pôs-se a correr para dar conhecimento do sucedido ao chefe Ibn-El-Muftar. Ao chegar junto dele, nem conseguiu falar, pois estava muito cansado, porque o percurso era longo e não tinha outro meio de transporte.

Depois de ter descansado, descreveu o que tinha visto:

_ Ao lado do mercado, apareceram uns monstros enormes, uns mais pequenos e outros ainda maiores que falavam com sinais de fumo e com uma linguagem que desconheço.

O chefe Ibn-El-Muftar, curioso, perguntou-lhe:

_ Que linguagem era essa Ali-Ben- Yussuf? Consegues descrevê-la?

Ali-Ben-Yussuf, já mais calmo, respondeu:

_ Era assim: BRUM BRUM TUM PUM BRUM BRUM PIM PIM. E deitavam muitos sinais de fumo na rectaguarda.

O chefe Ibn-El-Muftar, depois de muito reflectir, decidiu juntar o seu exército de cavaleiros. Eram mais de 10.000 homens, todos bem equipados para enfrentarem os monstros.

Quando chegaram ao local, viram alguns homens a saírem dos monstros e, ao observarem, comentavam entre si o aspecto dos mesmos. Estavam com roupas esquisitas, juntas ao corpo, dos pés ao pescoço e na cabeça traziam uma abóbora, dizia uns. Vieram da nuvem do pó, diziam outros.

Os árabes aguardavam ordem de ataque por parte do chefe Ibn-El-Muftar, mas com tanta diferença, esqueceram-se do propósito que era guerrear. Os automobilistas, por outro lado, que até então estavam indiferentes ao que se passava ao lado, tomavam conta dos que os estavam a observar. Os motores estavam desligados.

Quando a hora da partida para Dakar chegou, os motores foram postos a funcionar. Os árabes, esses, nem se lembraram de atacar, só tinham olhos para os sinais de fumo. E foi, nesse preciso momento, que a heroína Megane acordou e levantou a cabeça para acabar o seu manto bicolor. Afinal, tudo não tinha passado de um simples sonho.


( Diogo Cocharra , 8º B)

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