Um Sorriso
Esta é a história que se passa no planeta Terra, numa montanha algures
em Papaya e passou-se de manhã. O que se passou foi o seguinte:
Era uma vez um rapazinho que aparentava ter seis anos e que vivia numa
aldeia no topo da montanha. Lá as pessoas viviam na pobreza e era uma população
de gente idosa, por isso esse rapazinho ia todos os dias á cidade mais próxima
da sua aldeia - que na verdade era uma cidade muito distante - comprar leite
para o seu povo. Mas o que tornava este rapazinho especial é que tinha nascido
com um problema de visão, ou por outras palavras, era cego.
Um dia, quando o rapazinho foi à cidade, as lojas (por estarem num dia
de festa) estavam fechadas. Desiludido por ter feito todo aquele caminho por
nada, seguiu de volta à sua casa, quando, no caminho pela montanha, se deparou
com um estranho homem. Era mesmo estranho, pois era cor-de-rosa como um pudim
de morango.
Era gordo e tinha os olhos semicerrados mas parecia inofensivo.
Apercebendo-se da sua presença, o rapazinho disse:
- Bom dia senhor!
- Olá meu rapaz. Ouve lá, tu não tens medo de mim? - perguntou o
estranho homem.
- Não senhor, eu sou cego de nascença. Não o consigo ver - respondeu o
rapazinho.
- Oh! Mas isso deve ser muito triste. Olha, uma vez que não tens medo
de mim, eu ajudo-te - disse o estranho homem.
Dito isto, colocou as suas mãos gordas na cara do rapazinho e fez-se
um clarão. O rapazinho já conseguia ver.
- Mas... Oh meu deus! Consigo ver! - exclamou o rapazinho.
- Achas que sou bonito? - perguntou-lhe o estranho homem.
- Quer dizer, nunca tinha visto ninguém mas parece-me lindo! - disse o
rapazinho.
E com esta resposta, o estranho homem sorriu-lhe feliz da vida e saiu
dali a voar pelos céus.
Apesar de muito estranho, o rapazinho não se questionou e guardou para
sempre na sua memória aquele sorriso do homem que o curou.
Mariana Gamito Reis, nº 9
8ºH