Perante a situação tão inaudita que aconteceu naquela manhã, o Comissário Nunes, chegado a casa, escreve no seu diário... Aqui ficam algumas versões:
Querido
diário,
Mais
uma vez escrevo para ti... Nem imaginas, hoje tive um dia bastante estranho,
precisas de saber a história toda.
Hoje,
como sempre, estava sentado no carro da polícia, perto da Alameda D.Afonso
Henriques, a comer os meus belíssimos donut's de chocolate. Quando dei por mim,
eu, um homem cheio de classe, atrás do balcão de cervejaria Munique. Mas o pior
foi explicar em processo marcial o que se estava a fazer naquelas zonas à
frente de destacamentos armados.
Bem,
eu acho que me escondi lá só por uma razão, beber cervejas grátis, não vejo
outra explicação ou se adormeci no carro, e como sou sonâmbulo fui lá parar, ou
talvez os donut's de chocolate estivessem estragados e eu quisesse mesmo ir à
casa de banho, e como a vontade seria tanta, que não chegasse à casa de banho e
tivesse mesmo que ir atrás do balcão... enfim, só me acontecem coisas destas,
pode ser que amanhã o dia me corra melhor.
Bem,
vou dormir, pode ser que quando adormeça me lembre de tudo que o aconteceu, e
só vou parar de escrever porque a minha mãe está aos gritos comigo a dizer que
é por isso que eu não tenho namorada, e que estas coisas dos diários são para
meninas, mas pronto, ela já está velha.
Boa
Noite
Horálio
Migueles Nunes
Ana Gomes, 8ºE
29 de Setembro de 1984
Hoje aconteceu-me uma coisa estranhíssima!
Eu estava no meio da avenida Gago Coutinho e estava escondido atrás da
cervejaria Munique! Eu não faço ideia do que estava lá a fazer!
As pessoas que me viram devem ter pensado que eu era maluco. Até agora
ainda não encontrei uma explicação para o que estava a fazer muito escondido,
naquele dia, àquela hora e naquele local. É que isto é mesmo muito estranho!
Isto só me acontece a mim!
O pior de tudo é que agora vou ter de contar em processo marcial o que
estava ali a fazer ou então para pôr a minha imaginação a funcionar, para ter
que inventar.
Bom… já que não me lembrei até agora talvez diga que estava ali com uma
dor de barriga, que já não aguentava e tive que me desenrascar…
Raquel Catalão, 8ºB
Dia: 29 de setembro de 1984
Hoje aconteceu uma coisa
inesplicavel. De repente olhei para o lado e vejo os meus homens todos
encolhidos no chão, num estado de dormência
estranho, naquele local desconhecido. Levantei-me do chão e uma dor de
cabeça assombrou-me o resto da manhã, mas continuei a dar uns passos no local
de lazer e via todos os homens que
estavam lá presentes parados, alguns que levantavam as suas canecas de cerveja,
já a meio, outros que ficavam sustentados pelo ar quase a cair das suas
cadeiras. Voltei para trás do balcão e tentei acordar o Chefe Paulo Simões, que
se encontrava anteriormente ao meu lado mas este teimava em contrariar-me .
Fechei os olhos num movimento de reflexão e, como se nada passasse de um sonho
todos acordaram, mas não era possivel porque se fosse um sonho não deveria
estar ali.Os meus homens ficaram tão confusos quanto eu, já o mesmo não se pode
dizer dos bêbados que bebiam a sua cerveja descontraidamente na cervejaria que
depois reconheci como a Munique.
Agora sentado na minha secretária
penso no que poderá ter acontecido para todos nós termos ido para á Munique.
Admito que tinha ido lá na noite anterior, mas admito tmabém que nunca me atreveria a beber durante horas
de trabalho. E agora interrogo-me se perdi as minha convicções e fiz tudo
aquilo que não haveria…
Ana Pedreira, Nº1,8ºE
Diário, não sei o que se passa comigo… Hoje á
tarde presenciei um estranho espetáculo. A polícia de intervenção, a qual
chefio, juntamente com as tropas do Ralis e a companhia dos intendentes, tudo
na Avenida Gago Coutinho a apontar as armas não sei para onde! Não sei o que me
aconteceu, só sei que dum momento para o outro encontrei-me atrás do balcão de
uma cervejaria qualquer. Este facto levou-me a pensar. O que raio estava eu a
fazer ali? Imagino, com muito medo meu, que isto foi tudo uma partida. Se
calhar os meus superiores tentaram ver se eu em pleno serviço começava a beber!
Ai! Como pude ser tão tonto? Aposto que foi por isso que o Aurélio e o Rolão
estavam lá. E o Aurélio queria tanto ver, que abandonou o carro e foi a correr
para a minha desgraça. Bem, o telefone toca…
…
Eram o Rolão e o Aurélio. Também
não sabiam de nada o que me deixou muito mais tranquilo. Acho que nós três
fomos vítimas de alguma coisa, mas não sei, estou muito cansado para pensar.
Vou fazer os testes de álcool para ver se bebi e depois mando-os para o
processo marcial. Eles vão mudar a minha vida. Se der negativo vou fazer de
tudo para sair livre do processo, se não, saio da polícia. Tenho medo, mas
confio em mim e sei que nunca infringiria uma lei.
Joana Tátá, 8ºE
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