15 de julho de 2009

Terramoto de 1755 - diário de um desastre


E lá estava eu, mais um dia, a acordar encostado ao Castelo de S. Jorge.

Estava sujo e despenteado, tinha um pano velho e grande enrolado à volta do meu corpo, as pessoas passavam e deviam pensar que era um bêbado ou coisa parecida.

O dia estava calmo, acinzentado demais para Dia de Todos os Santos, era uma manhã de Outono como todas as outras, mais um dia de sofrimento para um desgraçado mendigo como eu.

Estava meio atordoado, por ter acabado de acordar, ainda não sabia o que ia fazer, olhei em redor e vi que estava mais gente do que era habitual.

Fui dar uma volta ao cemitério e, por estranho que pareça, estava cheio, nunca tinha visto tanta gente junta num cemitério. Entrei para ver o que se passava e com o meu pé sujo e cortado, enclavinhado num chinelo velho e roto, pisei uma coisa qualquer de formato circular, presa num fio, com pauzinhos no meio, um maior e outro mais pequeno, que apontavam para uns números pequenos de um a doze. Pensei para mim próprio:

- Coisa estranha, mas bonita!

Perguntei a uma pessoa que ia a passar:

- Olhe, se faz favor, pode-me dizer do que se trata este objecto estranho?

- É um relógio amigo! – disse-me o cidadão, espantado com a estranha pergunta.

- E como é que isto funciona? – perguntei.

- Está a ver o ponteiro pequeno?

- Sim. – respondi.

- Serve para ver as horas que são, percebeu?

- Não. - respondi com convicção.

Depois de uma longa e explícita explicação, percebi.

Voltei para o meu cantinho, sujo e mal cheiroso, sentei-me e contemplei a beleza do suposto relógio que tinha na mão. Olhei para as horas e o ponteiro pequeno marcava as 9 horas e o grande, os 40 minutos.

De repente, a terra começou a tremer, cada vez e cada vez mais, caíam casas, o pânico implantava-se na cidade de Lisboa, tentei esconder-me na arcada da Igreja da Sé de Lisboa, mas foram oito minutos e meio de terramoto. A cidade tinha sofrido uma grande catástrofe; sem o Rei na capital, não se podia fazer nada, caíam prédios, igrejas, morriam pessoas, outras ficavam presas nos estilhaços dos pedaços das poucas casas que ainda estavam de pé.

Corri em frente e fui dar ao Terreiro do Paço, tinha muita gente, era o único sítio onde não podia desabar nada. Poucos eram os que não tinham pelo menos um corte numa perna ou num braço.

O rio recuava, recuava, recuava e, por estranho que pareça, fui-me embora. Não tinha um bom pressentimento, andei com o coração quase a saltar-me da boca, de tão apavorado e, subtilmente, olhei para trás e uma onda de mais ou menos vinte metros, aproximava-se com grande velocidade.

- Fujam! Corram! – gritava toda a gente, mais do que assustada com o momento da destruição, tendo todos sido embaladas na gigantesca onda.

Por estranheza divina e grande surpresa, fui dar ao meu cantinho em frente ao Castelo de S. Jorge. Subiram todas as pessoas que puderam, incluindo eu, para a torre do Castelo; nunca tinha visto tal destruição, parecia o inferno subido à terra.

Quando parecia tudo ter acabado, começaram os incêndios, seis dias mortíferos de incêndios acabaram com grande parte da população que tinha sobrevivido e foi queimada viva, esturricada pelo terrível acontecimento.

Eu, ileso de todos os acontecimentos, estava deitado a tremer na torre, sozinho e abandonado por toda a gente, e decidi espreitar para ver como estavam as coisas. Fiquei espantado, apavorado, assustado, admirado, aterrorizado, tudo e mais alguma coisa, coisa tal sem explicação, não havia ninguém na rua.

- Ei!

- Onde estão?

- Está aí alguém?

Perguntava e pedia auxílio, ninguém respondia, era como se tivéssemos sido presos num mundo de silêncio e horror.

Fui a andar e caiu-me uma viga de uma casa em cima; gritei, gritei, gritei, ninguém apareceu, ninguém respondeu.

Morri da maneira mais simples que podia haver, no meio daquela grande destruição.


(Carlos Paulino, 8º B, Concurso Viajar no Tempo- articulação entre Língua Portuguesa e História))

5 de julho de 2009

O sonho de Megane


Era uma vez uma heroína chamada Megane. Todos os dias, depois de almoço, tecia o seu manto bicolor, quando, numa tarde chuvosa, deixou cair a cabeça e pôs-se a sonhar.

As cores do manto baralharam-se e o mar e a terra abraçaram-se, reportando-se às datas de 27 de Novembro de 2007 e a de 4 de Junho de 1147.

Os árabes estavam no largo do mercado. Era lá que se costumavam encontrar para poderem fazer as suas trocas comerciais. Vestiam as suas belas roupas de cetim e, na cabeça, usavam turbantes. Era a hora de ponta, gerava-se confusão e burburinho. Todos queriam vender os seus produtos.

De repente, avistou-se, ao longe, uma enorme nuvem de fumo. Quando a nuvem de fumo desapareceu, avistou-se uma multidão de automobilistas preparando-se para chegar a Dakar.

O guardião do mercado, ao observar o estranho acontecimento, não sabia o que devia fazer e pôs-se a correr para dar conhecimento do sucedido ao chefe Ibn-El-Muftar. Ao chegar junto dele, nem conseguiu falar, pois estava muito cansado, porque o percurso era longo e não tinha outro meio de transporte.

Depois de ter descansado, descreveu o que tinha visto:

_ Ao lado do mercado, apareceram uns monstros enormes, uns mais pequenos e outros ainda maiores que falavam com sinais de fumo e com uma linguagem que desconheço.

O chefe Ibn-El-Muftar, curioso, perguntou-lhe:

_ Que linguagem era essa Ali-Ben- Yussuf? Consegues descrevê-la?

Ali-Ben-Yussuf, já mais calmo, respondeu:

_ Era assim: BRUM BRUM TUM PUM BRUM BRUM PIM PIM. E deitavam muitos sinais de fumo na rectaguarda.

O chefe Ibn-El-Muftar, depois de muito reflectir, decidiu juntar o seu exército de cavaleiros. Eram mais de 10.000 homens, todos bem equipados para enfrentarem os monstros.

Quando chegaram ao local, viram alguns homens a saírem dos monstros e, ao observarem, comentavam entre si o aspecto dos mesmos. Estavam com roupas esquisitas, juntas ao corpo, dos pés ao pescoço e na cabeça traziam uma abóbora, dizia uns. Vieram da nuvem do pó, diziam outros.

Os árabes aguardavam ordem de ataque por parte do chefe Ibn-El-Muftar, mas com tanta diferença, esqueceram-se do propósito que era guerrear. Os automobilistas, por outro lado, que até então estavam indiferentes ao que se passava ao lado, tomavam conta dos que os estavam a observar. Os motores estavam desligados.

Quando a hora da partida para Dakar chegou, os motores foram postos a funcionar. Os árabes, esses, nem se lembraram de atacar, só tinham olhos para os sinais de fumo. E foi, nesse preciso momento, que a heroína Megane acordou e levantou a cabeça para acabar o seu manto bicolor. Afinal, tudo não tinha passado de um simples sonho.


( Diogo Cocharra , 8º B)

Viagem ao Rossio do século XII


Num certo dia de Março de 2000, seguia um grupo de automobilistas pelo Rossio quando, de repente, aconteceu algo insperado. De repente, surgiu um clarão e uma fumarada e, quando esta desapareceu, perceberam que estavam num sítio que não tinha mesmo nada a ver com o Rossio que conheciam.
Sentiam-se atordoados, por isso pensaram que era um sonho, mas ao fim de um bocado perceberam que muitas pessoas olhavam, de forma assustada, para eles e para os seus automóveis, começando a gritar e a fugir deles. Metiam-se em casa (se se pode chamar àquilo uma casa).
_ Socorro, socorro! Que Deus nos ajude! _ diziam os habitantes do século XII.
Os automobilistas também começaram por perceber que algo de errado se estava a passar, pois as pessoas vestiam-se de tecidos escuros, quase todos da mesma cor, tinham um ar sujo e assustado. Também as estradas tinham desaparecido.
Foi então que um automobilista decidiu meter conversa com um senhor que cruzava a rua apressadamente, com medo deles:
_ Senhor, podia-me dizer em que ano estamos?
_ Estamos no ano de 1199, da graça de Deus. _ respondeu o homem, num português estranho.
_ Como é que eu e aquele grupo viemos aqui parar?
_ Isso não sei, mas o meu povo pensa que vocês são almas do outro mundo. _ respondeu o senhor, já mais confiante.
_ Que terra é esta?
_ É Lixbuna. - respondeu o homem.
De repente, passou um cavaleiro pelo caminho onde eles estava a conversar e resolveu perguntar o que estava a acontecer. O automobilista explicou que ia a caminho do emprego quando, subitamente, se deparou com aquela confusão. Disse que tinha sido " transportado", mas o cavaleiro não parecia acreditar, dizendo que tinham de lutar. Um dos amigos do condutor ofereceu-se para lutar com o cavaleiro.

_ Muita coragem tem ele. _ diziam uns.

_ Pobre coitado. _ diziam outros.

Só se sabe ao certo que ele tinha decidido lutar com o cavaleiro. Começou a luta, tinham os dois espada, mas o cavaleiro tinha muito mais experiência. No preciso momento em que o combate parecia tão desigual e difícil para o amigo do condutor, viram o clarão e a fumaça. Perceberam, então, que estavam de volta ao ano 2000 e sentiram um grande alívio. Foi bom sentir as buzinas de Lisboa e o seu movimento.
( Marina Ramos, 8º B)

A Inaudita Guerra da avenida Gago Coutinho - ao contrário

A Inaudita Viagem para Lixbuna


_ Trabalha!

_ Tu também, trabalha!

Assim gritavam as chefias militares de Afonso Henriques para tentar reconstruir Lixbuna que estava toda destruída, depois das últimas batalhas. O ambiente agitado demonstrava que havia muito trabalho pela frente, mas num abrir e fechar de olhos...

_ Bum! Bum!

_ Sai da frente, pá!

E instalou-se um silêncio repentino, já que todos ficaram chocados pela rápida e estranhíssima chegada de automobilistas à destruída cidade de Lixbuna.

Ficaram chocados, espantados, apavorados!

Falando a mesma língua, D. Afonso Henriques, preocupado pelo repentino silêncio, perguntou:

_ O que aconteceu?

_ Parece que apareceram objectos barulhentos estranhos nos campos, para estragarem as nossas uvinhas. _ disse um dos fidalgos.

_ Preparem o meu cavalo e a minha armadura mais preciosa, é possível que seja o inferno a vir a este mundo.

D. Afonso Henriques, no seu cavalo preto, atravessou a ponte do castelo de Lixbuna e chegou ao campo. Vinha preparado para tudo, menos para o que estava a ver : casas pequeninas, com janelas, rodas de borracha, luzes circundantes e portas de formato estranho. Ordenou um ataque do mais alto risco, com todas as armas que tinham.

A polícia pediu calma em voz alta e o rei de Portugal viu logo que a língua parecia a mesma, pelo que mandou todas as pessoas pararem. A polícia do século XX ligou às forças armadas, para contactarem o Presidente da República e avisá-lo do sucedido.

Depois de uma longa conversa, com Afonso Henriques, foi compreendida a situação, apesar de incompreensível.

Finalmente, o Presidente chegou à suposta rua Gago Coutinho, num jipe Range Rover, embrenhando-se no meio das videiras, e chegou a acordo com o rei de Portugal: deveria construir uma cidade de Lisboa mais organizada, evoluindo de forma contínua, porque, na realidade, estavam todos no século XII.
( Carlos Paulino, 8º B)

O Capuchinho Vermelho - outras versões


Depois de comer a avó, o lobo meteu-se na cama, mas a menina viu logo que era ele quem tinha feito desaparecer a avó. Como tal, resolveu chamar a polícia, porém o lobo conseguiu esconder-se para grande desânimo do Capuchinho Vermelho.

Felizmente, um pastor, que estava com as suas ovelhas no bosque, viu o lobo a passar apressadamente para a sua toca, tendo percebido que ele tinha uma grande barriga. Deste modo, o pastor resolveu ir à polícia relatar aquilo que tinha visto e a polícia logo se pôs a caminho da toca do lobo. Antes, passaram pela casa da avó do Capuchinho Vermelho para lhe contarem o que poderia ter acontecido à sua avó.

Ao chegarem à toca do lobo, a polícia prendeu-o imediatamente, pois este estava a fugir pelas traseiras. Levaram-no para a esquadra e interrogaram-no exaustivamente durante várias horas, mas o lobo não cedeu e não confessou o crime.

O Capuchinho resolveu então a sua ideia ao chefe da polícia e que era operar o lobo para ver se ele tinha realmente comido a sua avó. Assim foi: eles operaram o lobo e puderam constatar que o lobo tinha realmente comido a avozinha do Capuchinho.

Mais tarde decidiram não matar o lobo e acabaram a operação com sucesso.O seu castigo foi bastante duro: foi condenado a passar o resto da vida atrás das grades. A menina reolveu então ir visitar o lobo e confrontá-lo com o seu bárbaro crime, todavia rapidamente pôde perceber que este continuava a ser falso, porque mostrou arrependimento, mas um arrependimento fingido, falso.

A menina resolveu seguir com a sua vida em frente, enquanto o lobo passou o resto da sua vida preso, acusado de homicídio.

( Marina Ramos, 8º B)

O Capuchinho Vermelho - outras versões


Era uma menina que gostava muito de vermelho. Como ela gostava muito de vermelho, usava roupa vermelha e gostava de comer tudo o que fosse vermelho, como morangos. Os seus amigos eram: a avó, a mãe, o caçador e a raposa. O inimigo da menina era o coelho.

Uma vez a menina tinha ido vender os bolos que a avó e a mãe fizeram. Então, o coelho fez uma armadilha, mas a menina não caiu, porque a raposa descobriu a tempo e salvou-a.

A raposa pôs-se à frente da bicicleta da menina e disse à menina:

_ Eu vi o coelho a fazer a armadilha.
_ Obrigada, minha amiga raposa. _agradeceu a menina.

_ De nada, foi com amizade. _ respondeu a raposa.

_ Minha amiga raposa, por isso vou dar-te um bolo.

_ Obrigada ! _ agradeceu a raposa.

E a menina continuou a distribuir os bolos na floresta. Mais tarde, chegou a casa e deu o dinheiro à mãe e à avó como uma menina bem comportada.

( Luís Caetano, 8º A)

O Capuchinho Vermelho - outras versões


Depois de comer a avó, o lobo meteu-se na cama, mas a menina viu logo que era ele, só teve tempo de sair do quarto e pedir ajuda aos lenhadores. Os lenhadores chegaram a casa da avó, mas a avó ja tinha dado um pontapé dentro do lobo e tinha saído pela boca dele. Os lenhadores prenderam o lobo que estava muito furioso, porque, mais uma vez, não tinha comido nada...
A Capuchinho e a avó foram beber um chá de camomila, com o bolo que a menina trouxe.

( Olena, Daniela S. e Joana 8ºB )

O Capuchinho Vermelho - outras versões

Quando o lobo comeu a avozinha, o Capuchinho, que estava a chegar, bateu à porta:

_ Toc, toc.

_ Quem é? _ perguntou o lobo disfarçado.

_ É o Capuchinho Vermelho.

_ A porta está aberta ! _ gritou ele, a fingir que era ela.

Quando o Capuchinho viu o lobo, começou a rir:

_ Ah, ah, não enganas ninguém com esse pijama.

A menina deu um salto, agarrou a arma da avó, uma espingarda, e atirou ao lobo. Depois cortou-lhe a barriga e tirou a avozinha.

Felizes, as duas saíram de casa no carro da avó.

( Gonçalo Barbosa, 8º B)