3 de abril de 2008

UM QUADRO... DOIS TEXTOS


Parque dos Insultos, do pintor do Samouco, Marcelino Vespeira

PARQUE DOS INSULTOS

Um dia, duas raparigas combinaram ir passear a um parque muito bonito. Uma das raparigas chamava-se Tulipa Trotineta e a outra Malmequer Bicicleta.

Quando chegaram ao parque, começaram logo a conversar, mas havia ali uma coisa que não estava bem. Começou a esfriar no parque, as plantas encheram-se de animais desagradáveis, como aranhas, cobras venenosas e sapos.

As raparigas sentiram-se muito estranhas e uma delas, de repente, exclamou:
- Tu és mesmo mazinha! E tens um nome horrível!
_ E tu? Não tens espelhos em casa? És “ bué feia”! – respondeu a Tulipa Trotineta.
_ Cala-te, sua invejosa de uma figa. – disse, muito depressa, a Malmequer.
_ Eu nunca terei inveja de alguém com essas coisas na cabeça.
_ Mas tens um grave problema. – acrescentou a Malmequer.
_ Qual ? – perguntou a Tulipa.
_ Falta de tareia…
Dito isto, as duas começaram a empurrar-se, até que acabaram por ir ter à outra ponta do parque – à saída. Mal saíram do parque, a Malmequer disse.
_ Sinto-me estranha! Não me lembro de nada daquilo que fiz e disse dentro do parque. E tu?
_ Nem eu! Se calhar estamos com falta de café. Ainda não bebi nenhum hoje.
_ Boa ideia. “ Bora daí”?
As duas raparigas nunca entenderam o que se tinha passado. Cada vez que alguém entrava naquele parque, insultava toda a gente. Será que o parque estava assombrado?

( Ana Patrícia, 7º B, estudou os níveis de língua e aplicou-os, a partir da observação do quadro, Parque dos Insultos, do pintor do Samouco, Marcelino Vespeira)






Parque dos Insultos

Era uma vez uma vila, muito iluminada. Naquela vila, raramente havia um dia de chuva ou um dia nublado.
Todas as pessoas da vila gostavam de um senhor, chamado Albertino, que trabalhava no parque, perto da mercearia da vila. Era jardineiro e parecia muito simpático e, de facto, era-o para os vizinhos.
Certo dia, a vizinha Vanette ouviu muitos gritos vindos da parte de trás do parque. Pôs-se entre os arbustos que estavam à sua frente e ouviu o seguinte:
_ Quero o divórcio e acabou-se. Até agora nenhum homem me tocou, e agora tu vens e desatas a dar-me pancada? Acabou-se!
Quando a Dona Vanette olhou para o lado, viu o senhor Albertino. Em estado de choque, recuou e foi até à mercearia desabafar com a sua amiga. Quando lhe contou o sucedido, a amiga nem queria acreditar e até lhe disse:
_ Mas como é que isto é possível? O senhor Albertino parecia um homem tão bondoso, tão amigo das pessoas. Até me custa a acreditar. Temos de fazer algo.
_ Sim, todos pensávamos isso. Eu vou pensar, esta noite, sobre o caso para ver o que podemos fazer para ajudar a Dona Joana.
E assim foi. Logo, no dia seguinte, ouviram algo suspeito, mas parecia mais grave. Ouvia-se barulho e gritos. O senhor Albertino ofendia a mulher e tratava-a mal.
A Dona Vanette não aguentou mais: esperou na mercearia até que o vizinho saísse de casa para ir falar com a sua mulher. Passado meia hora, este saiu apressadamente e ela só esperou até o ver bem longe da porta do prédio. Foi lá ver o que se passava. Tocou e esperou.
A Dona Joana estava muito envergonhada, com a cara negra e a chorar muito. As duas amigas conversaram muito e tomaram uma decisão:
_ Eu se estivesse no seu lugar, ia agora mesmo à polícia. _ disse a Dona Vanette.
_ Então, vamos lá. Estou farta desta situação, nunca ninguém me insultou tanto.
Foram as duas à polícia e o assunto ficou resolvido. Foram buscar o senhor Albertino e ele negou, naturalmente, mas a Dona Vanette confirmou que era verdade. O vizinho foi preso e tudo ficou em paz.
Como esta história começou no jardim da vila, os habitantes decidiram dar-lhe o nome de “ Parque dos Insultos”.

( Jessica Gomes, 7º B, seguiu as mesmas indicações sobre a utilização do quadro de Marcelino Vespeira)

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